Psicoletrando
E
quem foi que disse que é fácil falar em homofobia?
Fonte: blog.opovo.com.br
Josimara Neves, psicóloga e escritora
Marília Neves, professora e
escritora
Contato: psicoletrandojm2013@gmail.com
Engana-se quem
pensa que os filhos das gerações Y e Z são mais dotados de saberes só porque
nasceram na era de grandes avanços tecnológicos. Para quem não sabe, a geração
Y é conhecida como “Geração do milênio ou geração da internet” e se refere a
quem nasceu, aproximadamente, depois dos anos 80 até por volta da década de 90,
sendo sucedida pela Geração Z (que se refere aos nascidos até 1999), caracterizada por pessoas “nativas digitais, estando muito familiarizadas
com a World Wide Web, compartilhamento de arquivos, telefones móveis e mp3
players, não apenas acessando a internet de suas casas, e sim, também pelo celular, ou seja, extremamente
conectadas à rede, segundo a Wikipedia virtual. Indiscutivelmente os tempos são
outros, assim como os problemas. Embora estejamos mais evoluídos eletronica e tecnologicamente
falando, ainda há dificuldade de se falar sobre assuntos tabus e de respeitar
as diferenças.
Não é necessário pegar um exemplo
distante, basta abordar a homofobia para ver que, apesar de toda a liberdade
que a nova geração tem, equiparada ao passado, ainda hoje, muitas pessoas são
vítimas de preconceitos e de discriminação devido às escolhas que fazem, ao
tipo de “tribo” a que pertençam, à vestimenta, à religião, enfim, devido às
diferenças que se destacam em meio à coletividade.
E você sabe o que é a
homofobia?
Por homofobia, entendemos o medo, aversão,
descrédito e ódio aos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais
(GOLIN; WEILER, 1999), de modo a desvalorizá-los por não performarem seus
gêneros (BUTLER, 2003), em correspondência com aquilo que é social e
culturalmente atribuído para seus corpos biológicos, papéis e/ou
comportamentos.
Como essa questão está sendo
abordada no contexto escolar? Será que é possível construir mentalidades
diferentes das que têm saído das escolas? A quem recorrer quando o assunto envolve
sexualidade? De fato, são muitos os questionamentos tamanha a complexidade do assunto. Responder
a tais indagações seria no mínimo um exercício árduo, principalmente, para os
educadores que, muitas vezes, não estão preparados para lidar com esse assunto
porque, antes de serem educadores, são seres humanos e, portanto, possuem
também os seus bloqueios, as suas dificuldades, as suas crenças e, por que não,
os seus preconceitos? Sim! Chega de eufemismos do tipo: “eu não sou racista”,
não “tenho nenhum tipo de preconceito”. Se não tem preconceito, então por que
não se tem respostas e por que não falar abertamente sobre o assunto?
Acreditamos que só é possível
responder para o outro quando nós mesmos tivermos as respostas que nos
satisfaça, do contrário, isso se torna inviável. Fingir que os homossexuais não
existem não torna o mundo heterossexual. Evitar falar sobre a temática não fará
com que ela desapareça. Sendo assim, é preciso que cada um de nós repense suas
próprias crenças e preconceitos para que se mude o contexto social permeado por
injustiças e discriminações que têm efeitos traumatizantes no psicológico e na
vida daqueles que são alvos, simplesmente, porque gostam mais de rosa do que de
azul, de verde do que amarelo, de vermelho do que de marrom. Você deixaria de
admirar Sócrates se soubesse que ele foi gay? Não ouviria as músicas de Elton
Jhon só porque ele escolheu amar outro homem? Se recusaria a ser fã da Cássia
Eller ou da Maria Gadú, por exemplo, só porque elas fizeram escolhas diferentes
na vida delas? Responda-nos agora a saideira: você conseguiria ouvir Renato
Russo cantando “Pais e filhos” e não cantar só porque ele era homossexual? Se
você deixaria de fazer alguma dessas situações, só porque envolvia homossexuais,
é chegado o momento de reavaliar seus valores, pois está limitando-se ao mundo da aparência, e não
da essência.
Reflita: um mundo de iguais não seria,
no mínimo, desigual por ceifar a nossa capacidade de exercer o livre-arbítrio e
de sermos diferentes?
Fonte: www.goiasedemais.com
REFLETINDO:
Fonte: vivapernambuco.com.br