sábado, 25 de janeiro de 2014

    Psicoletrando


Pedofilia: criminalidade patológica ou patologização da criminalidade?


                                                 
                                                  Josimara Neves, psicóloga e escritora
                  (CRP-04/37147)
   Marília Neves, professora e escritora
 

Quando se fala em condutas que desviam do padrão de normalidade aceitável pela sociedade, sempre há divergências ideológicas, afinal, dar o diagnóstico de pedófilo atestando ser um transtorno sexual – parafilia – é uma coisa, porém, ser genitor de uma criança que foi abusada é outra, bem diferente. Para a criança – vítima de abuso sexual –, pouco importa se a pessoa que a violentou é doente, se é pedófila, se tem má índole, se é um “monstro!” Ela foi forçada a fazer algo que não queria, muitas vezes, nem sabia do que se tratava. Isso é crime! Popularizou-se patologizar a criminalidade, e a sexualidade, por vezes, julgada criminalizável e doentia, ganha vieses que suscitam debates, mas pouca aplicabilidade se tem na prática.
Para discorrer sobre pedofilia, é preciso antes de tentar entender o pedófilo, dar apoio às crianças, até porque existem dados estatísticos que comprovam que “a maioria dos crimes envolvendo atos sexuais contra crianças são realizados por pessoas que não são consideradas clinicamente pedófilas, já que não sentem atração sexual primária por crianças. Mundialmente, apenas um quarto dos abusos sexuais de crianças é praticado por pedófilos. Esses abusos sexuais são praticados por pessoas que simplesmente acharam mais fácil fazer sexo com crianças, seja enganando-as ou utilizando de intimidação ou força” (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedofilia).
Portanto, mister se faz haver leis sociais, legais,  assim como  políticas públicas que protejam as vítimas dos pedófilos, em vez de simplesmente falar sobre o assunto. Não tiramos o mérito dos debates e nem almejamos colocar o pedófilo numa subcategoria de ser humano. A crítica é que as estatísticas acerca dessa perversão aumentam assustadoramente, as crianças têm suas vidas interrompidas, a infância roubada, a esperança no futuro abalada, os traumas aumentados e pouco se tem feito para punir os abusadores.
Por isso, a população deve ser a porta-voz dessas crianças, seja ligando para o “disque 100” para denunciar abusos infantis, levando os casos às instâncias competentes, divulgando informações em redes sociais, protegendo uma criança que foi abusada, assim como não sendo conivente com esse tipo de crime o qual denuncia o silêncio dos inocentes!
Precisamos lutar por: Minas Gerais sem pedofilia, Pará sem pedofilia, Amazonas sem pedofilia, um Brasil sem pedofilia, enfim, um mundo sem pedofilia! Crianças sofrem em toda parte, muitas vezes, tendo a cultura como aval de seu sofrimento.
O fato é que a pedofilia, longe de ser meramente um transtorno, é um ato cujas questões sociais devem ser repensadas, e os debates, passarem por um processo de despatologização da criminalidade. Só assim, conseguiremos direcionar o olhar para quem – efetivamente – precisa de atenção e proteção: as crianças!



Dizer “não” à pedofilia não basta! É preciso lutar para que as crianças tenham seus direitos resguardados e sua integridade mantida. Um país que não protege as suas crianças arruína o futuro de sua nação!  Josimara Neves

Impossível banalizar a pedofilia, fazer vistas grossas perante os crimes sexuais contra as crianças. Chega de abafar a voz, sufocar as dores e fingir que nada está acontecendo.  Precisamos reverter essa lastimável situação.  Marília Neves







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